Observe que a pergunta que havia sido feita a Ele, foi, objetivamente: “É lícito pagar o tributo a César, ou não?” (v. 22)
Mas Jesus percebeu a malícia deles. Já havia acontecido outras vezes, em vários lugares. Os fariseus, líderes religiosos da época, viviam tentando fazer Jesus tropeçar ou cair em contradição. Uma das táticas mais ardilosas deles era a de fazer perguntas dúbias para Jesus, ou seja, perguntas para as quais supostamente qualquer resposta faria Jesus ter se contradizer, dar “motivo” para acusações, ou algo parecido. Muitas vezes isso era feito através da infiltração de pessoas no meio dos seguidores de Jesus (veja no v. 20).
Neste caso, se Jesus respondesse que sim, os fariseus provavelmente o questionariam sobre o pagamento dos seus próprios tributos e de seus discípulos (algo que já havia acontecido em Mateus 17:24). E se ele respondesse que não, provavelmente o acusariam de insubordinação a César.
Mas Jesus foi além da pergunta que havia sido feita, como era de seu costume. Ele pede para ver uma moeda, e pergunta: “De quem é essa imagem e inscrição?” (v.24). A resposta é óbvia e automática, pois aquela era a imagem do próprio César. E depois que eles respondem isso a Jesus, vem a mais contundente das afirmações: “Então, dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (v.25)
Há aqui um detalhe que às vezes não percebemos, mas temos razões para crer que os fariseus perceberam. A expressão “então” (ou “dai, pois” em algumas versões) denota uma conseqüência. Logo, Jesus está estabelecendo uma ligação entre a imagem e o direito de posse. É como se Ele estivesse dizendo algo como: “Já que essa imagem é de Cesar, dêem isso para César; e para Deus vocês dêem o que é de Deus, ou seja, aquilo que tem a imagem de Deus”.
Perceba que Jesus mudou radicalmente o foco da conversa. Agora o foco não está mais no que deve ser dado a César, mas no que deve ser dado a Deus. A resposta que faz todos se maravilharem e se calarem (v. 26) não é mais sobre tributos, mas sim sobre vida com Deus.
Os fariseus, como mestres da Lei, conheciam as escrituras de Gênesis que dizem que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26 e 5:1). Os fariseus sabiam o que Jesus estava querendo dizer para eles com a expressão do v. 25. Em outras palavras, Jesus estava implicitamente dizendo: “Você foram feitos a imagem de Deus, então se dêem para Ele, assim como a moeda que tem a imagem de César e pertence a Cesar deve ser dada a ele!”
Além de associar a imagem com o direito de posse, Jesus também deixa claro que o bem possuído precisa ser entregue ao seu dono, para que este possa usufruir daquilo que por direito lhe pertence! Ou seja: a moeda que tinha a imagem de César era de César por direito, mas só passaria a ser de César de fato a partir do momento que fosse entregue para ele (no caso, na forma de tributo). Da mesma forma, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Pertencemos a Deus por direito, mas devemos nos entregar a Ele para sermos dEle de fato!
Sabemos o fim da história. Jesus jamais foi apanhado em uma contradição ou falta (v. 26). Seus acusadores provavelmente entenderam e até refletiram, mas desperdiçaram a oportunidade de sondarem seus corações e de se entregarem para Deus.
Que neste dia nós possamos fazer diferente para fazer a diferença: que nos rendamos a Deus, que permitamos que Ele seja de fato Senhor das nossas vidas. Que o Senhor nos capacite a diariamente darmos a Deus o que é de Deus, ou seja: nós mesmos!
E que assim vivamos como um povo que exala o amor (João 13:35) e selado pelo Espírito Santo da promessa (Efésios 1:13) – pois essas são as características de um povo que leva a imagem e a inscrição do Senhor!
Que Deus nos abençoe,
Helder
Se todos vivessem o evangelho simples e poderoso...mas as coisas não funcionam assim. Não são necessárias de horas de pregação, não precisa de cultos e eventos grandiosos, não é preciso nada, mas nada além de dar a Deus o que é de Deus: "Nossa existência".
ResponderExcluirPerfeito mano!! Que Deus nos ajude a darmos nossa existência a Ele, dia-a-dia...
ExcluirGrande abraço e que Deus te abençoe,
Helder
TREMENDO ESSA EXPLICAÇAO SOBRE ESTA PASAGEM PORQUE TEM GENTE USANDO ISTO PRA OBRIGAR AS PESSOAS A DAREM DIZIMO
ResponderExcluirFui muito edificado com a explicação acima, a paz a todos.
ExcluirO dízimo sempre pertenceu a Deus e não a César,e quem realmente sabe isso jamais obrigará alguém a dar e sim ensinará a devolver o dízimo que é de Deus(Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor).Sem querer ser contencioso amados só deixando uma ideia.
Não entendo como nós podemos não entender as coisas de DEUS que o Sr. JESUS possa sondar nossos corações e nos ajudar a sermos verdadeiros adoradores e assim entendermos melhor os seus planos para nossas vidas, esse é o meu desejo.
ResponderExcluirQue DEUS nos ajude e capacite cada um de nós para que possamos buscar o seu REINO e a sua JUSTIÇA.
Se temos que dar a nossa vida a DEUS, então o nosso dinheiro também entra nisto, pois primeiro, reconhecemos que tudo que temos vem de DEUS e temos que aprender a nos desprendermos de tudo, principalmente daquilo que é material... Pois foi o proprio Jesus q disse: como é dificil um rico entrar no reino dos céus,... não que não possamos ter dinheiro, mas o pecado é ser apegado as coisas materiais... é o que entendo desta passagem...
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